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Investimento na indústria do carvão em Moçambique gera crescimento econômico
7 de junho de 2011O investimento na indústria do carvão, principalmente na província de Tete, noroeste de Moçambique, está desencadeando outros investimentos na região, sobretudo de transportes e infra-estrutura, levando a um “boom” econômico, afirma a Economist Intelligence Unit.
“O investimento em transportes e infra-estrutura em Tete é simultaneamente causa e efeito de um crescimento econômico na região, resultante de milhões de dólares de investimento na emergente indústria mineira carbonífera de Moçambique”, afirma a EIU em recente relatório sobre a economia moçambicana.
A empresa Vale se destaca entre as empresas que investem na produção de carvão na região, sobretudo na bacia de Moatize.
O corredor de Tete é um importante ponto logístico para Moçambique e para a região, envolvendo o tráfego destinado ao Malawi, Zimbabwe e Zâmbia, e os investimentos em curso estão a reforçar o seu papel de plataforma.
“As ligações de transporte aéreo em Tete também estão a melhorar, e desde o ano passado a área tem serviço direto para a África do Sul”, sublinha a EIU. Em Janeiro, a transportadora aérea sul-africana aumentou em um vôo a frequência das suas ligações a Tete.
Paralelamente, o Ministério das Obras Públicas e Habitação anunciou a construção de uma nova ponte no rio Zambeze na cidade de Tete, que terá início ainda este ano.
Com um custo de 95 milhões de dólares, suportado pelo governo e doadores, a nova ponte estará concluída dentro de quatro anos, aliviando o tráfego da única ponte atualmente existente, ainda do tempo colonial.
Ainda segundo a EIU, também haverá reformas na linha ferroviária Beira-Tete, usada para escoar bens do “hinterland” regional até ao porto da Beira.
Os investimentos e planos de expansão de produção carbonífera na região significam que as exportações de carvão deverão ascender a 85 milhões de toneladas por ano até final da década, muito acima da capacidade prevista para a linha atualmente, levando o governo e as empresas a estudarem formas alternativas de transporte.
O investimento na indústria mineral e em “mega-projetos” de infra-estrutura está por trás do forte crescimento econômico moçambicano, que deverá atingir 7,4 por cento, em média, em 2011 e 2012, segundo cálculos da EIU.
Fonte: Adaptação Macauhub