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Presidente moçambicano Armando Guebuza defende mais investimentos para infraestruturas

16 de dezembro de 2010

O Presidente Armando Guebuza defende maiores investimentos na área de infraestruturas na África, setor considerado como um dos maiores impedimentos para o crescimento econômico do continente.

“Reconhecidamente, um dos grandes desafios do desenvolvimento das infraestruturas africanas é a escassez de financiamento e a excessiva demora na conclusão dos processos para o seu desembolso”, disse Guebuza falando na III Cimeira África-União Europeia (África-UE), terminada no dia 30/11 em Tripoli, Líbia.

Por isso, disse Guebuza, deve-se ampliar os programas de apoio financeiro para o desenvolvimento das infraestruturas africanas tendo em conta os programas já concebidos, em nível dos países, das comunidades econômicas regionais e da União Africana.

Como forma de resolver o déficit de financiamento, o estadista moçambicano sugere que se deve impulsionar as parcerias público-privadas e promover a África como um destino seguro para os investimentos.

Estudos recentes do Banco Mundial referem que para a implementação do programa de reabilitação e construção de novas infraestruturas na África serão necessários, nos próximos anos, um financiamento calculado em cerca de 93 bilhões de dólares por ano, uma soma que corresponde a cerca de 15% do Produto Interno Bruto do continente. Deste montante, cerca de 40% seria para a área de produção de energia.

A III Cimeira África-Europa recomendou o contínuo reforço da parceria estratégica entre os dois continentes.

A informação foi prestada numa conferência de imprensa pelos presidentes das comissões da União Europeia, José Manuel Durão Barroso, da União Africana, Jean Ping, convocada para apresentar os resultados da cimeira.

Durão Barroso sublinhou que foi decidido reforçar a parceria Europa/África, não em termos de ajuda ao desenvolvimento, de doador/necessitado, mas em termos de se encontrar soluções para melhores investimentos e comércio na África e na Europa.

O presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping, disse corroborar das declarações do comissário europeu e reconheceu a importância da integração regional para o crescimento e desenvolvimento do continente.

Jean Ping sublinhou que os acordos de parceria visam a integração da África na economia mundial e que as parte se predispõem a trabalhar no quadro do respeito mútuo, com vantagens recíprocas.

Reconheceu que a situação na Europa é difícil devido à crise econõmica mundial, mas assinala que as partes manifestam o interesse em cumprir com os seus compromissos.

Participaram na Cimeira de Tripoli, iniciada no dia 29/11, em cerimônia presidida pelo líder líbio, Mouammar Kadhafi, representantes de 53 países da África e 27 da Europa.

Sob o tema “Investimento, Crescimento Económico e Criação de Emprego”, os líderes europeus e africanos discutiram sobre a “paz e segurança”, “governação e direitos humanos” e “emigração, mobilidade e criação de emprego”.

Debateram também a “integração regional, infraestruturas, tecnologia de informação e desenvolvimento do setor privado”, “energia e alterações climáticas” e “objetivos de desenvolvimento do milênio, agricultura e segurança alimentar”.

A primeira cimeira África-Europa decorreu no Cairo (Egipto), em 2000, e a segunda em Dezembro de 2007, em Lisboa (Portugal).