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Infra-estrutura na África traz chance bilionária ao Brasil

26 de junho de 2012

A demanda por projetos de infra-estrutura em países africanos representa oportunidades de investimentos de entre 185 bilhões a 200 bilhões de dólares, nos quais o Brasil pode ter posição privilegiada em função da língua em comum, aponta estudo da consultoria Roland Berger.

O estudo mostra que os mercados emergentes, incluindo as nações africanas, demandam pouco mais de 850 bilhões de dólares em investimentos para o fornecimento de energia elétrica, abastecimento de água e saneamento, transporte, telecomunicações e irrigação.

“Existe oportunidade para as empresas que já estão presentes (na África) alargarem suas presenças, há oportunidades para novas empresas em áreas como telecomunicações, energia, saneamento entre outros”, disse Jorge Pereira da Costa, sócio e especialista em transporte e logística da consultoria.

Ele acrescentou ainda que exista a possibilidade de os grandes grupos brasileiros que já atuam no continente africano criarem condições para a entrada de empresas parceiras e de menor dimensão.

Atualmente, grandes empresas brasileiras do setor de mineração, petróleo e construção estão em países africanos, a Vale, Petrobras e Odebrecht.

“A questão que se coloca aqui é: além destas empresas, porque outras também não podem participar?”, ressaltou Jorge. Ele cita empresas como Eletrobrás, Cemig, CPFL, Oi entre outras que teriam condições de participar nos investimentos necessários em infra-estrutura nestes países.

“Não só este é um trabalho a ser feito pelos Estados, como a China, que tem intensos programas de desenvolvimento nestes países, particularmente na África, mas depende também de investidores privados”, observou.

Estimativa da consultoria aponta que os investidores privados temem com os riscos “macro agregados”, como estabilidade política, desenvolvimento econômico e risco de mercado, mudanças na estrutura interna dos países e de pagamentos. Representaram à África no ano passado a perda de 9 bilhões de dólares em investimentos.

“Para o Brasil tem um aspecto extremamente importante, por ser um país que fala português e tem influência em países africanos que também falam português”, acrescentou, citando Angola, Moçambique e, mesmo com uma certa instabilidade, a Guiné.

Em sua avaliação, estes países podem servir como base para o Brasil ampliar sua participação no continente africano. E ressaltou a Angola, que tem presença importante na região do Golfo da Guiné, no sul da África, e Moçambique, são países que, anualmente, tem importância expressiva na África Austral.

“São áreas com necessidade de investimento, mas também com desenvolvimento significativo”, observou.

Ele conclui que o Brasil, como sexta economia do mundo, também tem obrigações para ajudar a contribuir com o desenvolvimento dos países emergentes, mas ao mesmo tempo, neste processo, também pode estar criando importantes mercados.

 

Fonte: Adaptação site Revista Exame